Ignoradas pelos céticos, histórias, acumuladas pelo tempo vindas do interior da América do Norte, relatam aparições do chamado sasquatch e levam à crença de que, de fato, ele está lá!
Por séculos, as tribos do noroeste norte-americano e grande parte do Canadá acreditaram na existência de criaturas humanoides e selvagens habitando as florestas ermas e escuras desse trecho do continente. Seus descendentes – e, desde a chegada do europeu a essa parte do mundo, bandeirantes e caçadores brancos – também! Essa região é o lugar do planeta onde o pé-grande foi mais avistado, e as incontáveis histórias que há tempos chegam de lá desafiam nosso imaginário.
Nos últimos anos, o assunto pé-grande virara pauta de inúmeras séries de TV. Grupos de exploradores têm sido filmados adentrando espaços nesse território atrás de mais pistas e do derradeiro contato. Uma delas, Survivorman, do canal Discovery, chegou a mostrar um vídeo durante uma caçada ao pé-grande no qual aparece bastante nítido o que aparenta ser um filhote de uma dessas criaturas enigmáticas e peludas. A seguir, estão os principais acontecimentos ligados à lenda do sasquatch ocorridos nos rincões da América setentrional: a “Caixa de Pandora” de todo mito!
OS RELATOS
O APAVORANTE MATLOX
Em 1792, ao descrever os índios de Nootka Sound, na ilha Vancouver, Canadá, o botânico e naturalista espanhol José Mariano Mozino declarou: “Não sei o que dizer sobre Matlox, habitante do distrito montanhoso, de quem todos têm um pavor inacreditável. Imaginam que seu corpo seja monstruosíssimo, todo coberto de duras cerdas negras; uma cabeça parecida com a de um humano, mas com dentes caninos muito maiores, mais afiados e mais fortes que os do urso; braços compridíssimos e dedos das mãos e dos pés armados com garras curvas e longas. ”
A CRENÇA DO PRESIDENTE
Theodore Roosevelt, presidente dos Estados Unidos entre 1901 e 1909 e conhecido amante da natureza e explorador, incluiu em seu livro, The wilderness hunter, de 1906, o seguinte ocorrido: segundo ele, entre o começo e a metade do século XIX, um caçador de peles chamado Bauman e seu parceiro exploravam um vale especialmente selvagem e solitário nas montanhas Bitterroot, entre Idaho e Montana. Uma criatura desconhecida saqueara o acampamento deles diversas vezes – à noite, quando não podiam vê-la com nitidez e, ao dia, quando estavam ausentes. Bauman acabou por encontrar seu companheiro morto no acampamento após deixá-lo sozinho para uma saída, percebendo em seu corpo marcas horrendas que pareciam terem sido feitas por um urso. Entretanto, as pegadas deixadas no local eram bem humanoides e tudo levava a crer que tal fera andava sobre duas pernas.
O EX-PRESIDENTE NORTE-AMERICANO THEODORE ROOSEVELT ACREDITAVA FIELMENTE NA EXISTÊNCIA DO PÉ-GRANDE, E LENDAS DIZEM QUE O PRÓPRIO DEPAROU-SE COM A CRIATURA DURANTE UMA DE SUAS CAÇADAS (UNS AFIRMAM QUE ELE APENAS O VIU, OUTROS, QUE LUTOU CONTRA A FERA E HÁ AINDA QUEM DIGA TER O PRESIDENTE MATADO UM PÉ-GRANDE. ROOSEVELT APENAS COMENTOU SOBRE BAUMAN.
O QUE SERIA “JACKO”?
O jornal Colonist, publicado em Victoria, Colúmbia Britânica, em 4 de julho de 1884, relatou a seguinte história a respeito de uma criatura estranha capturada perto da cidade de Yale: “‘Jacko’, conforme a criatura foi chamada por seus capturadores, é algo parecido com um gorila, com cerca de 1,40 metro de altura e pesando 60 quilos. Tem cabelo forte, negro e comprido, e se assemelha a um ser humano com uma única exceção: seu corpo inteiro, exceto suas mãos (ou patas) e pés, é coberto com pêlo lustroso com cerca de 2,5 centímetros de comprimento. Seu antebraço é muito mais comprido que o antebraço de um homem e ele é dotado de força extraordinária.”
QUEM ATACOU A EQUIPE DA “HISTORY”?
Um caçador, numa distante região do norte de Ontário, no centro-leste canadense, acessível apenas a pé, de barco ou por hidroavião, haveria tido um contato impressionante com um suposto pé-grande há alguns anos. A criatura teria balançado a cabana de madeira onde o mesmo dormia, chegando quase a destruir. Para afugentá-la, no dia seguinte, o caçador construíra uma armadilha com tábuas e pregos e a posto perto de uma das janelas. Quando a noite caiu, o animal desconhecido reapareceu e acabou pisando nos pregos. Ele soltou um urro estarrecedor e fugiu para a floresta. Ao amanhecer, a tábua estava repleta de sangue e vestígios de pêlos e carne.
Interessada na história, uma equipe do History Channel foi à região a fim de coletar amostras do material para análise. Durante o período em que estiveram na cabana, a mesma acabou sendo inesperadamente atacada – por alguém ou algo. Pedras enormes foram lançadas na casa, jogadas da floresta, o que deixou a equipe bastante assustada. Eles registraram barulhos de troncos batendo fortemente contra as árvores. Segundo o guia que os acompanhava, aquela era a forma dos misteriosos animais da região se comunicarem.
Por ser o local muito remoto, os produtores do programa saíram de lá certos de que aquele ataque não fora humano, embora não tenham obtido uma evidência concreta de que se tratava de um sasquatch. Ao que parece, os resultados das amostras obtidas na armadilha não foram conclusivos, mas apresentaram certa compatibilidade com tecido humano.
QUEM OU O QUE TENHA ATACADO A CABANA ONDE A EQUIPE DO CANAL HISTORY ESTAVA NÃO ERA HUMANO.
O PÂNICO DOS CHAPMAN
Numa ensolarada tarde de verão, em Ruby Creek, Colúmbia Britânica, no ano de 1941, o filho mais velho da senhora Chapman foi avisar sua mãe que um animal grande saído do bosque estava próximo da casa deles. Imaginando se tratar de um urso, ela fora verificar. Para seu completo horror, notou ser o animal na realidade um homem gigantesco com o corpo todo coberto de pêlo marrom-amarelado. A criatura caminhou na direção da casa e a senhora Chapman não teve outra alternativa a não ser correr com seus filhos rio abaixo até a aldeia mais perto.
O JURAMENTO DE ROE
O caçador William Roe, para que tivessem certeza de que não estava mentindo, fez questão de fazer uma declaração juramentada, em outubro de 1955, relatando o que vira ao escalar a montanha Mica, perto de uma cidadezinha chamada Tete Jaune Cache, na Colúmbia Britânica. Ao alcançar uma mina abandonada, Roe afirmou avistar, a uns 75 metros dele, o que, a princípio, julgou ser um urso, contudo logo se revelou algo totalmente diferente: “Minha primeira impressão foi de que se tratava de um homem enorme, com cerca de 2 metros de altura, com quase 1 metro de largura e provavelmente pesando algo em torno de 140 quilos. Estava coberto, da cabeça aos pés, com pêlo marrom-escuro de ponta prateada. Porém, ao se aproximar de mim, vi, por seus seios, que se tratava de uma fêmea.”
A LENDA DE KLEMTU
Os habitantes da pequena cidade de Klemtu, nos fiordes costeiros da Colúmbia Britânica, contam que a região é a casa, há décadas, de um ou mais sasquatchs. Uma grande quantidade de alimentos, aparentemente pertencentes à dieta do pé-grande, são fáceis de serem conseguidos nas redondezas do vilarejo, o que explicaria a opção deles por este local. Eles podem pescar facilmente salmões e coletar um banquete de moluscos todos os dias, permanecendo escondidos já que o lugar possui uma área verde imensa e reclusa.
Há um lago, perto da cidadezinha, em cujas praias aventureiros costumam acampar. Algumas décadas atrás, uma tragédia inexplicável aconteceu: um menino desapareceu sem deixar rastros. Dezenas de homens saíram à sua procura e três deles encontraram cavernas no interior da mata de onde exalava um odor tão forte que os apavorou a ponto de fazerem cessar as buscas com medo do que pudesse habitá-las. Um piloto de avião relatou haver visto certa vez, numa das praias, uma família de pés-grandes. Seriam eles os habitantes dessas cavernas?
VÍDEOS:
O FILME MOSTRADO EM “SURVIVORMAN”
Les Stroud, experiente aventureiro conhecido pelo seu programa de sobrevivência, Survivorman, decidiu embrenhar-se junto à Todd Standing, que há anos persegue a criatura, nas colinas de Alberta, no Canadá, a fim de encontrar pistas sobre o pé-grande. Stroud se diz um cético, que necessita ver para crer, mas que não descarta a possibilidade da existência de homens selvagens – em grande parte, devido à sua experiência na natureza e ao fato de já haver presenciado muitas coisas sem explicação.
Em várias filmagens da série “No rastro do Pé-grande” do programa, surgem o que parecem ser evidências na mata deixadas por um animal bastante forte e com certo grau de inteligência, como, por exemplo, encaixes complicados de troncos muito pesados com certeza não provocados pela força apenas da natureza. São ouvidos barulhos e uivos, pedras batendo, encontradas pegadas gigantescas e tanto Stroud como Todd relatam casos ocorridos com ambos que os intrigaram. Por fim, o programa especial revela um trecho de um filme em alta definição, feito por Todd naquela área, no qual nota-se claramente um animal desconhecido da fauna comum. Ele afirma ser um filhote de pé-grande. O vídeo abaixo mostra as estranhas estruturas encontradas na mata:
O VÍDEO OCULTADO PELOS PRODUTORES DA “HISTORY”
O vídeo abaixo teria sido produzido por membros do canal History após, enfim, aprisionarem um espécime de sasquatch. O filme, se for verdadeiro, seria uma das maiores apreensões da Ciência dada a proximidade com tal criatura.
TIDO POR MUITOS COMO UMA FRAUDE, ESTE VÍDEO TORNOU-SE VIRAL NA WEB.
O MAIS FAMOSO DELES: BLUFF CREEK
Em 1967, um vídeo gravado por acaso na região de Bluff Creek, norte da Califórnia, catapultou o mito do pé-grande. Roger Patterson e Bob Gimlin conseguiram, pela primeira vez, realizar um filme em cores de um sasquatch. Eles também fizeram moldes das pegadas dele, que tinha 36 centímetros de comprimento. A bem da verdade, o animal seria uma fêmea. Roger foi para o túmulo jurando ser tudo real. Gimlin, até hoje, sustenta terem seus olhos visto de perto o sasquatch. Esta é a mais famosa das aparições do pé-grande:
Existem algumas etapas a serem vencidas para se aceitar a existência de uma nova espécie. A primeira delas compreende os relatos, aparições, histórias sobre uma possível criatura desconhecida habitando uma área. Quando alguém encontra uma prova cabal como um crânio, um fêmur ou outra parte do esqueleto que não pode ser atribuída a nenhuma espécie catalogada, passa-se à segunda etapa. A terceira ocorre quando o corpo do animal – ou partes dele – é achado. A quarta etapa: um espécime vivo! Assim, seguimos para a última fase que consiste na pesquisa de campo para se descobrir mais a respeito dessa criatura.
O pé-grande ainda se encontra no primeiro nível. Histórias e vídeos, por mais convincentes que pareçam, não são suficientes para atestar a realidade desse animal; eles podem ser falsos. Por isso, essa criatura se encontra na faixa da criptozoologia, a ciência que investiga seres hipotéticos, tidos por lendas, cuja existência já tenha sido registrada, mas não inteiramente documentada. Acredita-se que ele descenda do Gigantopithecus, o maior primata que já existiu, extinto há 100 mil anos. Este ser pesava entre 300 e 500 quilos, sendo três vezes maior do que os atuais gorilas.
O que pesa a favor da existência do pé-grande é a enorme quantidade de relatos, a maioria deles provindos da América do Norte. Eles deixam uma impressão de que o sasquatch se esconde naquela região – ou ela possui a maior quantidade de mentirosos e inventores de histórias por quilômetro quadrado! Na realidade, seria necessária uma bíblia para anotar todos os casos (e, ainda assim, teria que ser constantemente atualizada). Seria bastante plausível afirmar até que há inúmeros desses seres naquelas montanhas e florestas, uma vez que o raio das histórias é extenso demais, indo do norte da Califórnia ao Alasca e alcançando a Baía de Hudson.
Muitos outros locais ao redor do planeta (inclusive o Brasil com a lenda do mapinguari) possuem contos a respeito de homens selvagens que se assemelham às criaturas vistas na parte setentrional da América. De fato, a lenda do pé-grande é vasta e teve seu berço lá. Tudo indica que, em face desse calhamaço de pistas e da maior quantidade de pessoas investigando essa região, se o sasquatch existe, será nela onde o primeiro espécime irá ser capturado.
AS HISTÓRIAS DO PÉ-GRANDE ABRANGEM UMA VASTÍSSIMA REGIÃO DA AMÉRICA DO NORTE. SE PUDÉSSEMOS APOSTAR ONDE ELE SERÁ ENCONTRADO, É LÁ!
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